A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a Operação Consórcio, que resultou na prisão de cinco pessoas — três mulheres e dois homens — acusadas de integrar uma organização criminosa especializada em golpes de consórcio contemplado. A ação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de São Francisco de Assis/RS, com apoio da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Passo Fundo, envolvendo cerca de 30 policiais e oito viaturas.
De acordo com o delegado Marcelo Batista, responsável pela investigação, o grupo era liderado por uma mulher que atuava há mais de dez anos nesse tipo de fraude. Inicialmente legal na venda de consórcios, ela passou a aplicar golpes em várias regiões do Rio Grande do Sul e em outros estados, como Goiás.
“O golpe era muito bem arquitetado. As cartas de consórcio existiam e estavam contempladas, mas eles criavam contratos falsos com logotipos oficiais. As vítimas chegavam a pagar até R$ 100 mil acreditando que receberiam cartas de R$ 500 mil para comprar casa ou carro, mas nunca recebiam o valor prometido”, explicou Batista.
Segundo a investigação, a quadrilha mantinha uma estrutura familiar, com a líder, seu irmão, irmã e cunhado, além de outros colaboradores que cediam contas bancárias para movimentação do dinheiro obtido com as fraudes. Em Passo Fundo, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e seis buscas, resultando na apreensão de mais de R$ 40 mil em espécie, veículos, joias, celulares e outros bens de alto valor, além do bloqueio de 16 contas bancárias e sequestro de bens que totalizam cerca de R$ 2,8 milhões.
A investigação teve início em São Francisco de Assis, após quatro vítimas relatarem a compra de cartas de consórcio supostamente contempladas. Posteriormente, descobriu-se que o grupo criminoso havia causado prejuízos superiores a R$ 2 milhões, com vítimas em diversos municípios do estado e até em outras regiões do país.
Além dos cinco presos, outros 15 suspeitos devem ser convocados para depor, pois emprestaram contas bancárias para o recebimento dos valores fraudulentos, prática que também configura participação em organização criminosa e estelionato.
Segundo o delegado, a líder do grupo ostentava nas redes sociais uma vida de luxo, com viagens, bolsas de grife e objetos de alto valor, todos adquiridos com recursos obtidos de forma ilícita. “Esperamos que, com essa operação, o golpe cesse, ao menos por enquanto”, concluiu Batista.
Fonte: FA/Cristalina com informações da Uirapuru
Foto: Rádio Uirapuru