Segundo a equipe médica informou a jornalistas na porta do hospital DF Star, em Brasília, ele está estável e ficará ao menos 48 horas em observação, com previsão de alta no dia 1º de janeiro.
No sábado (27/12), já tinha sido feito um primeiro procedimento de bloqueio do nervo frênico, responsável por controlar o diafragma. Na ocasião, foi usada anestesia para bloquear o nervo direito. Dessa vez, foi realizado o mesmo procedimento no nervo frênico esquerdo.
Esta é a décima cirurgia à qual Bolsonaro é submetido desde que foi vítima de uma facada durante a campanha nas eleições presidenciais de 2018.
Ele também foi submetido na quinta-feira (25/12) a uma cirurgia para corrigir hérnias na região da virilha. Segundo uma postagem em seu perfil nas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que o procedimento havia sido realizado com sucesso.
Na sequência, porém, a equipe médica decidiu realizar as cirurgias para tratar as crises de soluço que afetam o presidente com frequência.
“Esse tipo de quadro, a gente denomina de soluços persistentes ou intratáveis. São quadros extremamente raros”, explicou o cardiologista Brasil Ramos Caiado, um dos médicos que atende o ex-presidente.
“E eles são decorrentes de outras doenças, mais comumente de pós-cirurgia do abdômen, que é um problema que o presidente tem, e também de doenças do trato gastrointestinal, que também ele tem”, disse ainda.
Antes da nova cirurgia, Carlos Bolsonaro postou na manhã de segunda-feira que Bolsonaro passou uma noite ruim no hospital.
“Sua pressão arterial estava altíssima e, mais uma vez, os médicos precisaram intervir para controlar o quadro e avaliar a possibilidade de uma nova cirurgia hoje para tentar cessar os soluços. Também foi iniciado o tratamento para a apneia do sono”, escreveu Carlos em suas redes sociais.
Já no dia 12 de dezembro, ele compartilhou um vídeo mostrando seu pai tendo uma dessas crises de soluço enquanto dormia. A gravação foi feita antes de ele ser preso em uma cela especial da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, em novembro.
Na ocasião, Carlos voltou a criticar a prisão de Bolsonaro e disse que seu pai poderia morrer caso broncoaspirasse por causa do refluxo constante.
“Ele precisa de cuidados especiais 24 horas por dia, e sua condição só piora. Existem episódios muito mais graves do que os que aparecem nesse vídeo, e eles representam risco real e imediato à sua vida”.
“Sem cuidados médicos contínuos, acompanhamento ininterrupto e ambiente adequado, estamos diante de uma tragédia anunciada”.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não atendeu os pedidos da defesa do ex-presidente para reestabelecer a prisão domiciliar devido aos problemas médicos, mas autorizou acompanhamento médico constante a Bolsonaro na prisão, com livre acesso de profissionais de saúde e um atendimento de plantão na Polícia Federal.
Fonte: BBC/Rádio Planalto