Nos primeiros 50 dias deste ano, o sistema penitenciário do Rio Grande do Sul registrou 43 fugas. Em média, quase um detento (0,86) escapa das casas prisionais por dia. De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), 18 deles foram recapturados. Outros 25 seguem foragidos.
A última fuga foi registrada na madrugada desta terça-feira. Na ocasião, três detentos escaparam, pelo telhado, do Presídio Estadual de Cruz Alta.
Para o especialista em segurança pública, Charles Kieling, alguns fatores são preponderantes para o elevado número de fugas no sistema prisional gaúcho. Segundo ele, a quantidade de vagas que faltam nos presídios corresponde ao número de pessoas que deveriam estar presas.
“Existe um número significativo de falta de vagas. Em torno de 10 mil estão faltando, hoje, no sistema penitenciário do Rio Grande do Sul. Isso significa que, provavelmente, esse mesmo número de pessoas deveriam estar presas e não estão, pela superlotação. Outra coisa que ocorre devido à superlotação é um processo interno dentro dos presídios. É preciso haver um controle mais efetivo do “pedágio” que é cobrado pelos próprios presos”, explica.